quarta-feira, 9 de maio de 2012

What If you should decide.



"Querido príncipe,

Chorei muito hoje, ouvi aquela música que te mandei uma vez e você não gostou por ser triste, lembra ? Chorei naquela parte “What if you should decide. That you don’t want me there by your side, that you don’t want me there in your life...”, mas não é que eu tenha chorado por acreditar em uma frase ridícula dessa, ( ridícula para nós, pois eu sei que você me ama ) chorei por que normalmente é isso que acontece, bem... Pelo menos foi o que aconteceu até aqui. E sinceramente ? Tenho medo de acordar um dia e ver que você é um sonho meu. Veja bem, tenho motivos para temer você ser um sonho meu... Você me ama como nunca vi alguém amar alguém na vida, você é lindo e cuida de mim, você chora de felicidade por mim, você me escreve coisas lindas, me envia músicas lindas e escuta até quando eu falo de outros caras. Você passou a maior parte desses anos escutando eu falar sobre outros caras, me viu com outros caras, me viu ir embora tantas e tantas vezes, perdi a conta. Mas perdi a conta de quantas vezes voltei. E por mais cretina que eu fosse e que eu seja, você sempre me recebeu de volta, sem eu merecer nem sequer um aperto de mão.
Você também me machucou, chorei muito por você e essa ultima vez ( você sabe bem, quando e o motivo ) foi que eu percebi como nós funcionamos, é assim : Você me machucou e, mesmo que eu quisesse te bater muito até seu nariz sangrar e que você morresse, ao mesmo tempo eu queria limpar teu sangue e morrer com você. Engraçado como foi no dia em que eu senti raiva de você que eu percebi o quanto eu não sei viver sem você. Nós somos engraçados, nos amamos tanto e estamos ainda separados, anos separados. Acho que eu via a maçã verde em preto e branco.
Eu não sou legal, ouço músicas estranhas às vezes e gosto de ouvir noturnos e sonetos antes de dormir. Eu acordo de madrugada com vontade de tocar violão, às vezes eu sumo do nada e quero ficar sozinha. Tenho crises de riso quase todo dia ( isso você já sabe), tenho ciúmes exagerados e crises existenciais duas vezes por ano. Sou desajeitada, estabanada e não sei me cuidar direito. Não sei andar na rua sem tropeçar. Sei que sou frágil demais. Também sei que é por isso que acabo me machucando muitas vezes. Pareço ser forte na maioria das vezes, mas não sou. Não sei contar piada direito. Acho que sempre tenho razão e quando minhas previsões dão certo olho com a cara mais abominável do mundo, dou um sorriso com o canto da boca e falo o manjado eu-te-avisei. É e em geral eu tenho razão. Sorrio para disfarçar desconfortos por pura educação. Se eu não gosto de alguém, por mais que eu tente disfarçar, essa pessoa terá medo do meu olhar. Às vezes não gosto de alguém de graça. Sou muito orgulhosa, gosto de resolver minhas coisas sozinha, mesmo quando preciso de ajuda. Eu falo muito, mais que o necessário. Canto antes de dormir e odeio pijamas. Não gosto de chinelo, adoro andar descalça, mesmo no frio. Não gosto de praia, só de noite para ver a lua refletida no mar. Prefiro os parques, eu amo os parques, também amo ver os pássaros. Gosto de ouvir os sinos de vento em uma casa que tem na rua de baixo.
Eu pareço durona mas gosto de rosas, mas minha flor preferida são os Lírios. Existem muitas coisas que você vai descobrir sobre mim, manias, milhares de defeitos, milhares de sorrisos, de expressões, de canções, de marcas e cicatrizes na pele. Mas quase morro de medo de você descobrir coisas sobre mim que te façam realmente pensar naquela música... “That you don’t want me there by your side, that you don’t want me there in your life”, mas se ajudar eu estou tentando fazer tudo certinho para merecer um pouquinho do seu amor, um pouquinho já seria muito bom para começar. Você vai falar que eu mereço, pois você é um príncipe e é isso que os príncipes fazem... Mas eu sei que não mereço, mas eu vou merecer, prometo.
Por todo o tempo que eu te amei fingindo não amar e por todas as vidas que eu me escondi...

Eu te amo.


P.S. Me leva no parque ? Quero ver o por do sol."

Um comentário:

  1. Você é tudo aquilo que eu sempre quis.
    P.s. Do seu 'Prícipe'.

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