quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A melhor irmã do mundo.

“Acordei estranha essa manhã, eu costumo acordar feliz na quarta- ferira, mas essa estava me sussurrando algo. Fiquei calada enquanto arrumava as coisas, calada de voz e de pensamento, digo isso pois toda manhã acordo cantando a primeira música que me vem a cabeça e lembrando de coisas engraçadas do dia anterior e prevendo as do novo dia, acordo planejando ver o nascer do sol ao som de Debussy com a vista para o parque, como vejo todas as manhãs. Mas acordei sem música alguma na cabeça, acordei cansada do dia que nem ao menos havia começado, não liguei o rádio, não lembrei de coisas engraças,não vi o nascer do sol, não planejei nada além do silêncio. Continuei sorrindo, você sabe estou sempre sorrindo a maior parte que posso e muitas vezes nas que não posso também, o sorriso simplesmente sai de mim, mas essa manhã eu não estava confortável dentro de mim. Me senti triste, uma lágrima caiu quando eu voltava para casa, uma apenas pois não me permito chorar mais que isso. O amor me passou pela cabeça e pensei em deixar essa coisa toda de lado, vai ver o amor não serve para mim. Mas me concentrei nas músicas durante o caminho.
Quando recebi a noticia de que você estava no hospital e que iria ficar lá eu não lembrava ao menos onde eu estava, esqueci completamente quem eu era.Eu não conseguia falar então disse que ligava depois... O engraçado foi que várias lágrimas caíram de meus olhos, várias e lembrei como você sempre me abala. Não posso te ver doente, eu choro. Não posso te ver triste pois me vejo na obrigação de capturar sua tristeza para mim, sou mais velha, sou mais forte, já acostumei. Eu queria poder fazer tudo para você nunca sofrer, para nunca chorar de tristeza, de medo ou dor. Eu queria proteger você do mundo feio e só deixar a parte bonita te fazer sorrir, queria apenas boas pessoas ao seu lado, queria que você acordasse e dormisse sorrindo todos os dias, queria que você só tivesse amor. Mas não posso, sou apenas uma pessoa e sei que é importante que você passe por tudo isso, pare ser forte e aprender a sempre procurar sorrir.
Tenho certeza que todos os anjos estão cuidando para que você melhore logo para nossas conversas divertidas da madrugada, e para eu te contar os acontecimentos do meu dia maluco como sempre.
Você é a irmã mais maravilhosa do mundo e eu agradeço ao papai do céu por ter nos colocado no mundo como irmãs e como melhores amigas.
Eu Te amo.”

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Toda terça- feira.


" Toda terça- feira é a mesma coisa, arrasto o dia todo esperando pelo amanhecer do outro. Toda terça-feira é um beijinho de “Bom dia” e dois beijinhos de “ Até amanhã”, dois beijinhos apreçados, quase correndo, o de bom dia é sempre atrasado entre passos largos e outros pensamentos. Não combinamos nada sobre como seria esse dia, mas é sempre assim, você lá e eu aqui, trocando olhares ao longe e sorrisinhos bobos.Te observo rindo de alguma piada boba e você me observa concentrada escrevendo, e rindo quase sempre de tudo. Não estou reclamando, só dizendo que até gosto da terça- feira assim, é tudo meio apressado mas os olhares que cruzamos quase sem perceber sempre me faz sorrir no fim do dia, como quando estava na roda tocando e eu apenas assistindo com os olhos brilhando enquanto via sua paixão por aquele momento, você subia o olhar de vez em vez para olhar para mim e eu que estava concentrada totalmente em você e na música, nem ao menos piscava, então você descia o olhar as cordas novamente, até que os subia de novo, e de novo e assim até o fim da canção. Mas toda terça- feira eu sinto falta de alguma coisa sua, seu abraço, seu sorriso tímido quando decifro seu olhar, seu beijo, seu gosto, sua calmaria de mar. Arrasto o dia até o fim, esperando pelo amanhecer do outro em que te terei enfim."

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lá estava eu...


“Lá estava eu, deitada em seus braços enquanto você brincava com meus cabelos quase me fazendo cochilar. Lá estava eu, suspirando entre seus beijos e aquele sorriso que usa para me provocar. Eu que jurei em segredo durante cada passo pela manhã que iria te dizer adeus, que estava cansada de viver nesse receio de gostar de você, não poder segurar sua mão, não poder te abraçar e nem ao menos te beijar por não saber se nesse dia você iria me rejeitar ou se iria me segurar como se eu fosse tudo que você precisa para continuar vivo. Tenho que admitir amor, tentei muito me afastar, livrar meus pensamentos da sua presença mas eu simplesmente não consigo. Você chega do nada e sussurra em meu ouvido “ senti sua falta” e destrói toda a armadura que eu fiquei construindo detalhe por detalhe durante a semana que passou, você me puxa para perto, me arruma em seus braços e beija minha testa me fazendo lembrar que além de construir uma armadura eu senti muita saudade. Lá estava eu, sem armadura, sem nenhuma proteção contra seus encantos, seus olhares e seus beijos que me transportam para outra atmosfera. Lá estava eu vulnerável eu seus braços, perdida em seus olhos e embriagada por seus beijos. Lá estava eu, jurando que não iria pensar em ir embora outra vez, decidindo que iria segurar sua mão sempre, te abraçar sempre e te beijar a cada minuto. Lá estava eu, deixando de ser eu para pensar em ser nós.”

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gaiola

"Não, por favor, fique quieto por um momento, apenas.. Um instante, fique calado. Me deixa pensar, me deixa absorver essa saudade toda que diz que sentiu me citando as músicas mais bregas que encontrava do Wando. Me deixa dormir um pouco entre seus lamentos de ligações não feitas e frases planejadas jamais ditas por mim. Você é pássaro e mesmo assim quer me trancar em uma gaiola enquanto te espero voltar dos seus passeios matinais ? Para de cantar por um momento, é minha vez de falar, mesmo sem ter nada para dizer. Vou dizer que sim ? Compre uma gaiola aconchegante pelo menos, venha me visitar ao entardecer. Também senti saudades, você sabe, lhe mandei citações e canções e versos,  você me diz que eu deveria estar sempre aqui para quando você voltar, poder ver meu sorriso e tirar meu cabelo bagunçado dos olhos. Mas que eu deveria entender que só sente minha falta quando me olha nos olhos, ou quando faz muito frio de madrugada, eu deveria entender que talvez amanhã você não queira segurar minha mão ou me abraçar, mas que no dia seguinte talvez sinta falta e venha.
Já que você me ensinou a ser pássaro como você, me compre uma gaiola bem aconchegante e bonita, coloque algumas flores para me alegrar, venha me visitar ao entardecer, já que é isso que quer... Assim posso ser seu pássaro, que canta quando você deseja ouvir alguma canção e se cala quando desejar o silêncio."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Você sorriu, Eu sorri.


“Você segurou minha mão e me puxou para perto, recolhi a mão de volta, sentei alguns centímetros mais longe. Você me puxou pelo braço e me beijou, franzi a testa abaixei a cabeça e fui embora. Você me chamou de “minha princesa”, eu disse “adeus”. Você sentou ao meu lado, puxou minha mão com força para eu não ter chances de recusar, ficou segurando ela sem dizer nada, perguntou do meu dia, eu disse que foi bom, e fui embora. Você disse que queria me ter por perto e me abraçou, eu disse que também queria, mas fui embora... Novamente. Você me abraçou forte contra o peito e disse que eu não iria cair, eu cai, e decidi levantar sozinha. Você disse que não demonstro meus sentimentos, que sempre espera frases minhas que nunca chegam, eu te beijei.
Depois de me despedir você me chamou, e foi a primeira vez que eu olhei para traz para gravar seu sorriso em minha mente, depois do beijo de despedida, seu sorriso era lindo. Você passou por mim e deu uma “piscadinha” de longe, eu quis te abraçar, não pude. Você me abraçou forte novamente, me senti protegida. Você não escondeu seus olhos de mim, pela primeira vez fiquei mergulhada em seu olhar, não consegui tirar meus olhos dos seus. Você desapareceu, foi a primeira vez que chorei por sua causa. Você voltou com um olhar diferente, me chamou para sentar no jardim, eu não queria ir, mesmo assim eu fui. Você pegou um violão e tocou a música mais linda que eu me lembre até hoje, você disse que escreveu a música para mim. Eu peguei o violão de você o coloquei no canto, você estava de cabeça baixa e eu não disse nada em momento algum. Sentei do seu lado, peguei sua mão, roubada igual você sempre fez comigo. Passei a mão levemente pelo seu rosto, o levantei para poder olhar em seus olhos. Você desviou o olhar, eu sorri. Te beijei, como se tivesse esperado toda a minha vida por aquele momento, você sorriu, eu sorri.”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Que seja alguma coisa de nós


"O que será de nós ? Ou melhor, o que será de mim ?
Tanto tempo eu totalmente racional e tão fora de mim, tão outra pessoa. Preparada para tudo, ficaríamos juntos até você enjoar de mim e encontrar outra garota, ou até eu enjoar de você e encontrar outro garoto, então seriamos apenas amigos como fizemos das outras vezes...
Mas você me abraçou de surpresa e brincou com meu cabelo, me segurou quando eu disse que ia embora, me beijou com ternura quando fiz manha por não ter dado risada da minha piada boba, me chamou para dizer qualquer bobagem depois de ter se despedido, só para eu olhar para trás... Me apoiou no seu ombro enquanto acariciava docemente meu rosto. Me olhou nos olhos... Quando você me olhou daquela forma eu pensei : “O que será de nós ? O que será de mim ?”.
Mas... Que seja alguma coisa de nós, seja o que for. Seja o que for."

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Carta I



"Ao ultimo raiar de sol na cidade, você apareceu com seus pés descalços, com os focos de luz desenhando figuras abstratas com sua sombra no palco de madeira. Os violinos ao fundo faziam seus cabelos vibrarem, assim como a melodia triste da única guitarra do palco fazia seus olhos contarem historias jamais ouvidas. Já te vi no palco pouco mais que 3 vezes, mas nenhuma foi como essa, você estava diferente... Ou era outra pessoa em sua carne, ou então, a verdadeira resolveu sair para brincar. Você passou os olhos por cada pessoa que estava no teatro, cada ser que parou de respirar desde quando você entrou, fitou cada olhar, andando de lado em passos quase dançados.Seus olhos pararam nos meus e você pode ver o medo que isso me provocou, pois depois de seus olhos pararem, você deu aquele seu sorriso com o canto da boca e continuou seu espetáculo, como se nada daquilo significasse alguma coisa. No final, agradeceu com os olhos de quem nasceu para estar ali, aplausos, flores, presentes e entre tudo isso eu, em pé, no meio de tanta gente querendo sua atenção, eu estava em pé com um Lírio na mão. Você passou por mim, me deu um beijo no rosto, pegou o Lírio e disse que iria chover. Assim você foi embora, no meio do caminho olhou para trás quase querendo dizer algo, mas não disse, apenas foi embora, com o vento, com a música, com o Lírio e com a alma de todos que fitou os olhos, inclusive a minha."