segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bolinha de natal



Hoje eu senti você aqui, como que  se eu tropeçasse ou gritasse seu nome, você apareceria correndo com seu andar pesado e forte pelas escadas, com a maior cara de desespero do mundo. Eu tive medo, mas no silêncio que a noite fazia eu aproveitei essa sensação, de ter você aqui, de sentir como se você apenas estivesse dormindo depois de um dia cansativo de trabalho e que, se eu precisasse era só te chamar... Senti saudades, mas era saudade de um dia, saudade de quem te deu bom dia, boa noite e estava apenas indo dormir depois de ganhar seu abraço. Saudade de quem sabe que se precisar é só chamar...

Eu te vi refletido em uma bolinha de natal...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sem restrições

"Quando eu preciso de abrigo da tempestade você me estende os braços, sem nem pensar, me estende os braços.Não poderia mudar nada em nenhum dos meus dias, não preciso gritar Don't let me down pelas ruas escuras, você jamais deixaria.Eu entrego minha vida em suas mãos e não é de hoje, não é especificamente hoje. Eu entregaria quantas vidas eu tivesse, quantas me fosses oferecidas.Seriam todas suas, sem conversas paralelas, sem pedidos perdidos ou restrições...Quando te vejo sorrir, não existe nada que eu mudaria, você é incrível exatamente assim como é e a cada dia me mostra ainda mais motivos para te amar e me encantar por cada jeito seu, cada sorriso, cada olhar.Eu posso ter perdido alguns trens, mas foi para pegar o mesmo que você."

segunda-feira, 21 de maio de 2012

... Eu te amo em todas elas.

"Querido Príncipe,

Eu tenho crises de ciúmes, momentos sem paciência e surtos de insegurança. Possuo dramas, teimosias e momentos de arrogância. Uma coleção de piadas sem graça e às vezes não-romantismo. Adoro provocar. Tenho amor por muitas pessoas, mudanças de humor e uma mente um pouco confusa. Uma memória irritante, sinceridade exagerada e apesar de amar, às vezes eu simplesmente não vou dizer que te amo, mas não duvide do meu amor.
A vida é frágil e não posso exigir garantias, a certeza é uma verdade impossível de encontrar. Você irá precisar de paciência com os dias, meu amor. Paciência comigo. Paciência com você. Paciência a saudades. Nós dois precisaremos, eu também preciso de paciência comigo. Os ventos podem ser fortes, mas laços não se desfazem no ar assim tão fácil. É um caminhar descalço num túnel escuro sem saber se há mesmo uma porta esperando para ser aberta. Mas se você escolher se jogar no breu, com a esperança de encontrar a porta, eu prometo que deixo a cama arrumada e as roupas limpas para você dentro de casa, até esqueço a historia de não existir certezas e garantias. Lhe dou a certeza do meu amor e a garantia de ele ser para todo o sempre.
Nunca gostei da frase “para sempre”, mas com você ela sai de dentro de mim como se fosse parte do nosso destino e, sabe o que eu descobri abraçada com você aquela manhãzinha ? Que é sim, é parte do nosso destino, quer dizer... É nosso destino. O para sempre. Aquela manhã quando você me perguntou por que tivemos que chorar tanto para estarmos juntos, seus olhos estavam tão tristes que me fizeram chorar depois que você foi embora. Mas eu te digo agora, choramos e passamos por tudo que passamos para reconhecer e saber que o nosso amor é mais forte que tudo isso, foi mais forte que tudo aquilo e é mais forte do que qualquer coisa que ainda possa vir. Pois era para você, meu amor... Sempre foi para você que eu voltava, mesmo negando. Sempre foi por você que eu rezei, até quando não acreditava em rezas. E por mais que eu tenha fugido, dentro de mim, minha maior certeza era que cedo ou tarde, nossos destinos e nossas vidas iriam ficar finalmente juntas, pois não falamos dessa vida, ou desse momento. Falamos dessa vida, de todas as que passarão e todas que ainda estão por vir. E eu te amo em todas elas."


quarta-feira, 9 de maio de 2012

What If you should decide.



"Querido príncipe,

Chorei muito hoje, ouvi aquela música que te mandei uma vez e você não gostou por ser triste, lembra ? Chorei naquela parte “What if you should decide. That you don’t want me there by your side, that you don’t want me there in your life...”, mas não é que eu tenha chorado por acreditar em uma frase ridícula dessa, ( ridícula para nós, pois eu sei que você me ama ) chorei por que normalmente é isso que acontece, bem... Pelo menos foi o que aconteceu até aqui. E sinceramente ? Tenho medo de acordar um dia e ver que você é um sonho meu. Veja bem, tenho motivos para temer você ser um sonho meu... Você me ama como nunca vi alguém amar alguém na vida, você é lindo e cuida de mim, você chora de felicidade por mim, você me escreve coisas lindas, me envia músicas lindas e escuta até quando eu falo de outros caras. Você passou a maior parte desses anos escutando eu falar sobre outros caras, me viu com outros caras, me viu ir embora tantas e tantas vezes, perdi a conta. Mas perdi a conta de quantas vezes voltei. E por mais cretina que eu fosse e que eu seja, você sempre me recebeu de volta, sem eu merecer nem sequer um aperto de mão.
Você também me machucou, chorei muito por você e essa ultima vez ( você sabe bem, quando e o motivo ) foi que eu percebi como nós funcionamos, é assim : Você me machucou e, mesmo que eu quisesse te bater muito até seu nariz sangrar e que você morresse, ao mesmo tempo eu queria limpar teu sangue e morrer com você. Engraçado como foi no dia em que eu senti raiva de você que eu percebi o quanto eu não sei viver sem você. Nós somos engraçados, nos amamos tanto e estamos ainda separados, anos separados. Acho que eu via a maçã verde em preto e branco.
Eu não sou legal, ouço músicas estranhas às vezes e gosto de ouvir noturnos e sonetos antes de dormir. Eu acordo de madrugada com vontade de tocar violão, às vezes eu sumo do nada e quero ficar sozinha. Tenho crises de riso quase todo dia ( isso você já sabe), tenho ciúmes exagerados e crises existenciais duas vezes por ano. Sou desajeitada, estabanada e não sei me cuidar direito. Não sei andar na rua sem tropeçar. Sei que sou frágil demais. Também sei que é por isso que acabo me machucando muitas vezes. Pareço ser forte na maioria das vezes, mas não sou. Não sei contar piada direito. Acho que sempre tenho razão e quando minhas previsões dão certo olho com a cara mais abominável do mundo, dou um sorriso com o canto da boca e falo o manjado eu-te-avisei. É e em geral eu tenho razão. Sorrio para disfarçar desconfortos por pura educação. Se eu não gosto de alguém, por mais que eu tente disfarçar, essa pessoa terá medo do meu olhar. Às vezes não gosto de alguém de graça. Sou muito orgulhosa, gosto de resolver minhas coisas sozinha, mesmo quando preciso de ajuda. Eu falo muito, mais que o necessário. Canto antes de dormir e odeio pijamas. Não gosto de chinelo, adoro andar descalça, mesmo no frio. Não gosto de praia, só de noite para ver a lua refletida no mar. Prefiro os parques, eu amo os parques, também amo ver os pássaros. Gosto de ouvir os sinos de vento em uma casa que tem na rua de baixo.
Eu pareço durona mas gosto de rosas, mas minha flor preferida são os Lírios. Existem muitas coisas que você vai descobrir sobre mim, manias, milhares de defeitos, milhares de sorrisos, de expressões, de canções, de marcas e cicatrizes na pele. Mas quase morro de medo de você descobrir coisas sobre mim que te façam realmente pensar naquela música... “That you don’t want me there by your side, that you don’t want me there in your life”, mas se ajudar eu estou tentando fazer tudo certinho para merecer um pouquinho do seu amor, um pouquinho já seria muito bom para começar. Você vai falar que eu mereço, pois você é um príncipe e é isso que os príncipes fazem... Mas eu sei que não mereço, mas eu vou merecer, prometo.
Por todo o tempo que eu te amei fingindo não amar e por todas as vidas que eu me escondi...

Eu te amo.


P.S. Me leva no parque ? Quero ver o por do sol."

sábado, 5 de maio de 2012

O Final da Estação


“Foi o fim das minhas estações, eu olhei para cima e o vi tentar uma aproximação. Iria me tocar pela ultima vez, eu poderia aproveitar aquele ultimo beijo de piedade, então se aproximou. Eu não sabia se queria ou não estar ali, por um erro de proporções me beijou no canto da boca. Me disse então com a voz travada, sobre o tempo que estávamos sem estar juntos. Não tive resposta.
Pensei em dizer sobre a cor do esmalte que ele odiava, que meu cabelo cai no outono. Pensei em dizer qualquer clichê das novelas dramáticas sobre casos como o nosso, pensei até em fazer uma citação de qualquer autor importante, que transmitisse uma imagem sem dó do que sentíamos, pensei nos momentos nossos em que nunca soube se eram verdadeiros ou apenas um jogo. Pensei somente em beijá-lo, em sentir tua boca na minha, sentir teu gosto, o teu perfume que me embriaga. Pensei em passar a mão despercebidamente por seu cabelo. Pensei em cruzar os teus dedos nos meus, só em caso de desabar daquele degrau.Pensei em te dizer que você estragou tudo quando sorriu pela primeira vez sinceramente entre um beijo e um abraço, que você estragou tudo quando me pediu para ficar mais um pouco, que você simplesmente fodeu com o caso todo. Pensei em o puxar pelo braço e depois de um beijo confessar que o odeio. Pensei em contar que meu coração sempre sofre uma batida em falso quando você chega, mas que depois passa. De como éramos dois em uma semana, na outra éramos metade, no outro mês éramos sobras. Por uma fração de segundos, só pensei. Não disse uma palavra. Meus olhos me denunciaram e você rindo de mim me puxou e me beijou pela ultima vez, me beijou como se o mundo fosse acabar no segundo seguinte. Mas não acabou, então me beijou de novo, de novo e de novo, como se implorasse pelo fim do mundo após nossos beijos.
Os meus casos se resumem em pedaços do tempo e eu nunca sei alcançar o infinito. Por vezes pensei que sim. Mas lá vamos nós de novo. Condenados ao esconderijo de quem não aprendeu a viver debaixo do calor do sol. Marcados pra cair do lado errado. Humanamente quebrados porque existir não nos dá o direito de um amor eterno.
Eu nasci com uma estaca cravada no peito, no ponto certo para morrer.

domingo, 29 de abril de 2012

Eu não confio em mim

" Não, eu não sou a garota que costumava ser. Eu deixei de ser como eu era quando chovia, deixei de ser quem eu era quando chovia... Eu não confio em mim.
Se eu não voltar para mim e meu passado for qualquer sinal do teu futuro eu devo lhe avisar, eu não confio em mim. Minha mente está curva e existem muitas salas e cantos para serem limpos, sendo que apenas eu posso limpar, talvez demore um pouco... Talvez demore muito.
Eu sonho maneiras de fazer você entender minha dor, olhe para meu rosto enquanto eu finjo não sentir dor. Dói saber que a única forma de ter descoberto o quão longe eu fui, o quão além de mim eu cheguei é sentindo o quão grande está sendo minha queda. Eu cai sobre meus joelhos sem respirar, me perguntando se eu mesma ainda estou aqui, em algum canto de mim pedindo para voltar, desistir é a parte mais difícil, eu tenho mesmo que dizer adeus ? 
Não há som algum e lá fora a chuva gelada está caindo e, de algum modo eu pareço não encontrar sossego dentro da minha mente e todos meus medos encurralaram-me aqui. Eu me criei para acreditar que nunca amaria ninguém, eu fiz um plano, continuei como quem consegue amar somente a si mesmo.Solitária era a canção que eu cantava todas as noites até cair no sono... Até o dia em que você apareceu, fazendo com que eu quisesse voltar a ser quem eu era, quem eu fui um dia. Por que eu passei todo esse tempo apenas tentando me machucar, para eu saber que ainda era capaz de sentir alguma coisa. Eu vou voltar a confiar em mim.Solitária era a canção que eu cantava todas as noites até cair no sono... Até o dia em que... "



terça-feira, 17 de abril de 2012

Ainda sabemos viver

"Eu ainda gosto de me debruçar na janela e apreciar os pássaros cantando. Ainda gosto de ler um bom livro e me apaixonar por alguém. Quem não? Eu ainda gosto de arriscar minhas esperanças e meus sorrisos. Gosto de colorir com cores diferentes e pouco usadas. Ousar, me diferenciar desse senso-comum-idiota. Me poupo de quase todos esses clichês e coisas estipuladas por uma sociedade que sequer sabe definir democracia. Ainda gosto de deitar no sofá e ver algum tipo de filme. Adoro ficar sozinha, deitar no chão, olhar para o céu. Ainda gosto de poesia e de todas as palavras e sentidos que elas podem trazer. Ainda gosto do amor, da maneira como ele mexe com a gente… Não totalmente aceitável. Por incrível que pareça, adoro músicas antigas. Gosto de Beatles e de Cazuza… Adoro beber e esquecer, momentaneamente, dos meus problemas. Gosto de assistir programas de humor e tocar violão na frente da televisão.Durmo muito pouco, mesmo assim acho que dormir é um tempo perdido, tempo que eu poderia estar fazendo coisas bem mais interessantes. Eu ainda gosto da vida. Eu ainda sei viver, todos nós sabemos! Nos perdemos com esse amor, sempre achamos que desaprendemos a viver. Tolos, a vida mal começou e todos já estão soltando a corda. Eu ainda gosto de música alta e de dançar. Gosto de Tango e adoro músicas lentas. Ainda gosto de sorvete, às vezes brinco de esconde-esconde. Sou apaixonada por parques e por metade das pessoas que conheço ou conheci, sou assim me apaixono por todos que me olhem nos olhos. Ainda acho que o amor vale qualquer e todo esforço, também insisto no fato de paixão ser diferente de amor e as vezes quero muito mais um do que o outro. Eu ainda choro com algumas músicas do passado, mas acabo sorrindo no ultimo acorde. Ainda me pergunto se realmente trago alguma contribuição para a vida das pessoas e ainda me respondo que não. Ainda gosto de receber flores sem motivo especial e gosto de ouvir Jazz uma vez por semana. Ainda sei viver, não desaprendi…Mas ainda quero engolir o mundo inteiro, de uma só vez."

quinta-feira, 29 de março de 2012

O caminhar do soldado


“Foi caminhar o soldado pelo campo árido, campo de batalha seca em que seu maior inimigo era sua consciência. Roseiras murchas pelo caminho trazem as lembranças quase desbotadas do sorriso da moça que deixou para trás. Lembrava quase toda noite do seu vestido azul desbotado e seu perfume, que hoje já quase se confundia com o cheiro seco do deserto clamando por chuva.
Andava perdido, sozinho com uma espingarda nas costas e um coturno velho nos pés. Suas roupas passaram de verde oliva para bege e sol jamais parava de puni-lo por seu passado. Seu passado não era tão abominável assim, era triste, sempre foi uma pessoa triste. Sorri de vez em quando, mas chorava muito nas noites frias do outono vazio. Foi então que conheceu a moça do vestido azul desbotado, ela não era linda como as modelos de revista, mas era encantadora. O que prendeu esse pobre soldado foram seus olhos, hipnóticos olhos que já foram apenas seus. Ela foi toda sua força um dia, hoje era sua maior fraqueza. O soldado andava dia e noite e o caminho parecia jamais terminar, caminho para qualquer lugar que lhe trouxesse paz, mas o que ele não sabia é que só teria paz nos braços de sua menina.
Talvez saiba, bem lá no fundo do que restou da alma que a guerra levou, talvez ele saiba bem lá no fundo que caminha solitário por esse deserto por saber que jamais verá o brilho dos olhos de sua menina outra vez e, por isso caminha como se um dia fosse topar de frente com aqueles olhos enormes, como se um dia a vida fosse voltar para seu corpo já frio e sem cor, que dorme serenamente pela eternidade em seu vestido azul desbotado e gasto pelo tempo e saudade.”

quarta-feira, 28 de março de 2012

Long as I can see the Light

"Oi amor, não sei o que me deu para procurar tão desesperadamente por sua camisa xadrez para combinar com a minha aquela noite, mas sei que enquanto tocava “Long as I can see the light” em um ato de insanidade fui espontaneamente segurar sua mão, foi então que eu me dei conta que sua mão não estava ali, nem sua mão e nem você. Fiquei olhando para minha mão estendida esperando por um ato de milagre a sua, chorei fechando as mãos bem forte contra o peito e assim fiquei no resto da noite, chorando com a mão contra o peito.Praticamente não dormi, sonhei com você e acordava com aquela sensação de ter te procurado pelos cantos em vão. Passei o dia estressada sem querer falar com ninguém, eu só queria que minha cabeça voltasse ao normal e que sua imagem parasse de surgir em todo canto. Foi quando um senhor amigo meu me perguntou sobre amor, que eu me peguei falando de você, eu de novo falando de você. Digo “ de novo” pois outras pessoas já me perguntaram sobre essas coisas e eu sempre acabava falando algo de você, sempre! Isso me assustou, meu senhor amigo disse que a essência da pessoa é mais importante do que seu passado e algumas atitudes, pois muitas vezes fazemos coisas por medo de ser quem somos.Esse dia mesmo fiquei com um carinha por impulso só para tentar voltar a não pensar em você e em mais ninguém, nem amor, nem paixão nem sentimento nenhum. Mas além de não dar certo passei o resto do dia me chamando de idiota e estúpida. Outra noite sem dormir, foi ai que entendi o que o senhor meu amigo me disse ontem.
Amanheceu frio e eu chorei por que a primeira música que resolveu tocar no meu dia foi “One Headlight”, uma hora chorando em silêncio até eu resolver levantar e encarar a realidade. O dia está silencioso e, desde a hora em que acordei não consegui não pensar em você e isso sinceramente está me matando. Essa noite eu espero não chorar, preciso dormir um pouco também, quem sabe. Eu não deveria te dizer tudo isso, na verdade não tenho direito algum de dizer tudo isso..."

quinta-feira, 22 de março de 2012

Plena quinta-feira de sol


“Você não imagina como foi ouvir seu riso ao amanhecer assim em plena quinta-feira de sol, plena quinta-feira de saudade sair para passear no parque ouvindo sobre cada dia seu, cada pensamento seu, cada música que passou pela sua cabeça. Foi tão bom atender o telefone e ouvir : “ Bom dia meu amor, estou chegando ai daqui 10 minutos”, foi tão bom ver você chegar assim de surpresa, tomar café da manhã e sorrir em silêncio vendo você brigar comigo por ter pedido um suco de laranja com muito gelo, “ você tem que cuidar da voz, já te disse mil vezes”, você me dizia isso rindo pois eu ria da sua linda preocupação.
Estou escrevendo uma música para você, mas não sei se ficará pronta a tempo, na verdade não sei se ficará pronta... Às vezes o sentimento é tanto que nem em música consegue se transformar.
Hoje deitada em seus braços eu lhe disse que não imagino minha vida sem você, não imagino nenhum de meus dias sem sua presença, você me disse : “ vem comigo então, vem comigo para onde eu for, faz as malas e vem comigo, ou não faz mala alguma, vamos assim que já é suficiente, você já é suficiente”. Eu suspirei e te abracei mais forte, você sorriu e me beijou como se não tivesse perdido as esperanças de me levar.”

segunda-feira, 19 de março de 2012

O que acha ?


"Queria que você ficasse mais um pouco, só mais um pouquinho. Poderia ser até meu aniversário o que acha ? Pensando bem você tem que ficar até as festas Juninas, para podermos ir naquele parque lembra ?! Ah, tem as de Julho também, são ótimas. Em Agosto tem aquele show que você queria ver, podemos ir não é ?! E Setembro tem o desfile, você adora. Outubro tem o dia das crianças e nós poderíamos entregar alguns presentes nas creches. Novembro nós poderíamos fazer uma pequena viagem para descansar... Então já que está tão perto de Dezembro acho que compensa você ficar até Janeiro, o que acha ?"

sábado, 17 de março de 2012

Apenas um dia


“Minha primeira frase pela manhã foi : “Eu te amo”. Depois de cinco minutos abri meus olhos e vi que não tinha ninguém para ser amado ali, eu estava sozinha, às 7:00 de uma manhã fria de sábado com uma fresta de sol querendo sair. Então concertei o que eu disse : “ Cala a boca menina, você não ama ninguém. Olha para você, ridícula acordando e dizendo “ eu te amo” para ninguém, para o vento, para o escuro do seu quarto vazio e gelado. Você não ama ninguém. E o mais importante, ninguém ama você”. Uma lágrima quase quis cair depois de eu me dizer tudo isso, mas acho que ela também desistiu, assim como eu desisti de amar, e todos desistiram de me amar. Levantei em um pulo, me alonguei coloquei um Tango para tocar. Coloquei meu vestido azul preferido com meu tênis preferido, batom vermelho e fui para meu dia sem hora para voltar. Pensei em ligar para alguém, conversar, dar risada, mas não tinha ninguém para ligar, ninguém que me atenderia.
Pensei que talvez eu seja uma má pessoa...”

sexta-feira, 16 de março de 2012

De novo

 "Eu te odeio por que você me olha como se não me olhasse, me olha de canto de olho quando eu passo, me observa rir e conversar e finge que não me nota. Eu olho para você as vezes, olho esperando cruzar com seu olhar, como das outras vezes... Mas você não olha de volta, só disfarça, finge que nem me vê chegar e que tanto faz se eu vou embora. Até que chega um dia, eu não sei por que, você senta do meu lado e fica me olhando com essa cara de bobo admirado, como se eu fosse uma das maravilhas do mundo, como se eu fosse a mulher mais linda e incrível do mundo, me olha, enquanto eu converso com você e com outras pessoas, me olha tanto até me deixar sem graça, morde o canto da boca, disfarça e me olha mais um pouco cada vez mais perto, você e essa sua mania de chegar e ficar me olhando cada vez mais perto. Inventa qualquer coisa para cochichar em meu ouvido e ficar mais perto, a ponto de meu coração disparar e uma vontade quase incontrolável de beijar tua boca me toma até o ultimo pedacinho da alma, mas não beijo não, respiro fundo e vou embora enquanto posso. No dia seguinte você passa e me dá uma piscadinha de longe que me faz odiar ainda mais você, fica procurando meu olhar o tempo todo, até que me chama para perto e eu que nunca consigo dizer “não” para você vou. Me acolho em seus braços e você brinca com meus cabelos até eu cair no sono. E eu te odeio por tudo isso, por conseguir me hipnotizar tão facilmente e por eu não conseguir te dizer “não”, por não conseguir ir embora de verdade. Eu odeio você, odeio muito. To com saudade."

quarta-feira, 14 de março de 2012

Viu ?!

" Vou com você viu, me ajuda a preparar as malas ? Preciso de uma pequena, discos dos Beatles e o esmalte vermelho que você gosta quando eu uso, o violão carregamos na mão. De resto tenho tudo se tiver você.
Vou com você viu ?! "

terça-feira, 13 de março de 2012

Surpresa


“Quando te vi ali com uma flor nitidamente arrancada do jardim da frente nas mãos, esperando por mim, meu coração deu um salto até você antes mesmo dos meus passos. Corri em sua direção e te abracei o mais forte que consegui, você sempre doce me convidou para almoçar, como se ainda precisasse me convidar com todo aquele ar de formalidade : “Será que eu posso te levar para almoçar ?”, você sabe que é só dizer “vem” que eu vou. Nosso almoço foi ótimo, mas você estava com um ar um pouco triste, te contei sobre minhas aulas, meu trabalho, o sonho que tive com você noite passada, mesmo assim você ainda parecia um pouco triste, apesar de não ter ficado sem sorrir um segundo sequer, foi então que me disse : “Estou indo resolver o que falta para a viagem... Quando acordei pela manhã virei e vi a almofada vermelha que você deixou lá na cama fim de semana passado, então corri para meu celular para ver a foto que tiramos no parque, pensei em te mandar uma mensagem e foi então que eu vim parar aqui com uma flor de jardim nas mãos para você”, eu me comovi com seus olhos cheios de lágrimas ao me contar sobre isso, um nó se formou na minha garganta e eu quase não conseguia falar, no meio disso só te abracei, acho que era tudo o que eu precisava fazer aquele momento. Perguntei qual era a surpresa que você disse que eu teria, pois noite passada você disse “Vai dormir Mon Chéri, que amanhã terá uma surpresa”, você riu e disse que tudo que planejou saiu de ordem quando você acordou e viu a almofada vermelha, disse que o planejado era me buscar para um jantar. Você me levou para casa e seguiu para seu dia, eu segui para o meu, apesar dele ter se resumido unicamente aos seus olhos cheios d’água e a flor que arrancou do jardim.”

segunda-feira, 12 de março de 2012

Almofada vermelha


"Entre o 2º e 3º movimento do concerto nº22 de Mozart você me viu chorar como uma criança ao ganhar o presente que sempre sonhou. Entre um mi bemol e um dó você me viu chorar como se por toda a minha vida eu estivesse esperando por aquele momento, entre minhas lágrimas você possuía o sorriso mais enorme e lindo que existe no mundo e, me perguntou se eu havia gostado da surpresa... Eu nem sequer pensei em alguma frase sobre sonhos, realizações e aquele momento na minha vida, eu apenas sorri para você, olhei dentro dos seus olhos e disse “Eu te amo”... Você me deu um beijo de cinema e disse que me amava muito e que se sentia realizado ao ver minha felicidade naquele momento.
Passeamos horas pelo parque, você sabe como eu amo passear nos parques, ver os jardins, sentar na grama e falar sobre sinfonias e filosofia, depois de queimar ao sol e ficarmos ardendo você sugeriu fazer o almoço e foi divertido cozinhar com você, mesmo você ter deixado eu fazendo um fundo musical ao violão enquanto você cozinhava. Depois do almoço assistimos ao jogo horrível de futebol do seu time, que ganhou na sorte ( para deixar bem claro), até que em meio aos seus carinhos eu adormeci nos seus braços, acho que foi o sono mais leve que eu já tive, me senti protegida de tudo nos seus braços, como se o mundo fosse apenas eu e você naquele momento.
Acordei com você me chamando baixinho, brincando com meu cabelo, para irmos até São Paulo comprar almofadas para a sala. Parecia que éramos dois recém casados comprando coisas para nossa casa, rindo, pulando e cantando como dois idiotas as músicas ambientes da loja, por vezes olhei para nós naquela situação e era realmente o que parecia...
Eu sabia que almofadas da cor bege e marrom combinavam perfeitamente com o sofá e a cortina da sala, mas eu queria muito aquela vermelha, você sabe que é minha cor preferida. Você disse três vezes que não adiantaria levar vermelha, que não iria ficar bom, mas depois de eu falar tanto que queria e fazer bico você comprou 4 almofadas na cor bege, 4 na cor marrom e 1 na cor vermelha, você disse que apesar de não combinar com a sala ou com o quarto você iria levar, pois sempre que você olhasse para aquela almofada vermelha sentiria como se eu estivesse ali também. Voltamos para sua casa e jantamos o que restou do nosso almoço, você tocou um pouco de violão para mim cantar, assistimos um pouco de televisão, mas pouco prestamos atenção no que estava passando, teus olhos eram muito mais interessantes para mim. No final da noite você me levou para casa, agradeceu pelo dia que tivemos, por eu ter aceitado ir com você mesmo sem saber para onde estava me levando, agradeceu pelo meu sorriso, pelo meu bom humor e por eu ser quem sou, me chamou de “meu amor” e me beijou de uma forma que eu senti minha alma passar para dentro de você.
Fui para meu quarto e chorei durante meia hora, chorei de alegria de tristeza e de dor. Alegria pelo dia perfeito que você me deu, por você ter feito com que eu fosse a mulher mais feliz do mundo em apenas um dia. Tristeza por eu saber quando e como nossa história de amor irá acabar. Dor por que eu queria ter te conhecido antes, par poder ter aproveitado muito mais tempo ao seu lado.
Não irei reclamar, não irei mais chorar, não ainda. Você fez e faz de tudo para que meu dia seja perfeito, mesmo longe de você, faz sempre questão de ser um verdadeiro príncipe para mim e eu só quero te ter cada minuto ao meu lado pelo tempo que eu puder ter.
Obrigada por ser sempre gentil e atencioso, por sempre conversar sobre coisas inteligentes e por saber tocar várias músicas dos The Beatles no violão. Obrigada por ter deixado grudado em meu vestido seu perfume delicioso, e pelos melhores beijos do mundo que sempre me dá. Obrigada por estar fazendo tudo e cada dia valer cada segundo e cada respiração."

sábado, 10 de março de 2012

E se for o amor de nossas vidas ?


“- Amor, preciso te dizer uma coisa importante.

- Pode dizer querido, estou de olhos fechados mas estou ouvindo.

- Vou me mudar para a Alemanha mês que vem, recebi uma proposta maravilhosa, termino meu mestrado lá e já tenho emprego garantido pela empresa.

- Ah.

- Você não vai sequer olhar para mim ? Não vai dizer nada ? O que é isso ? São lagrimas ? Por que está chorando querida ?

- Por nada, sou boba. Estou feliz por você ter conseguido, é seu maior sonho, sua carreira. É pelo que você vem lutado a vida toda.

- É sim, mas não quero perder você também. Demoramos tanto para nos encontrar nesse mundo não é ? Logo agora, aprece uma vida inteira ao seu lado e faz tão pouco tempo. Não queria ter que ir embora tão cedo, tão agora.

- Eu sei...

- Você viria comigo ?

- Como assim ir com você ?

- Viria comigo ? Largaria sua vida daqui para construir outra lá, comigo ? Você pode estudar lá, eu cuido de tudo para você.

- Amor... Não faz isso comigo, por favor. Meus sonhos estão aqui, não posso largar todos eles dessa forma.

- Quer que eu fique então ? Eu posso terminar o mestrado aqui mesmo.

- Claro que não, você não pode deixar essa oportunidade passar, é seu sonho. Não pode deixar tudo isso por minha causa, de forma alguma. Quero que você vá, construa uma vida maravilhosa assim como você é e merece.

- O que vamos fazer ? Digo, nós dois.

- Vamos aproveitar o tempo que temos certo ? Vamos aproveitar esse um mês que temos. Depois você vai construir sua vida lá e vai esquecer de mim mesmo. E eu vou continuar construindo a minha aqui.

- Não é isso que eu quero, nem é o que eu esperava que você dissesse, você sabe disso.

- Eu sei amor, mas e se for só uma paixão arrebatadora que acaba de uma forma ou de outra mesmo ? Não posso largar tudo, você não pode largar tudo só por uma paixão.

- Sim, mas e se for o amor de nossas vidas ?”

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A melhor irmã do mundo.

“Acordei estranha essa manhã, eu costumo acordar feliz na quarta- ferira, mas essa estava me sussurrando algo. Fiquei calada enquanto arrumava as coisas, calada de voz e de pensamento, digo isso pois toda manhã acordo cantando a primeira música que me vem a cabeça e lembrando de coisas engraçadas do dia anterior e prevendo as do novo dia, acordo planejando ver o nascer do sol ao som de Debussy com a vista para o parque, como vejo todas as manhãs. Mas acordei sem música alguma na cabeça, acordei cansada do dia que nem ao menos havia começado, não liguei o rádio, não lembrei de coisas engraças,não vi o nascer do sol, não planejei nada além do silêncio. Continuei sorrindo, você sabe estou sempre sorrindo a maior parte que posso e muitas vezes nas que não posso também, o sorriso simplesmente sai de mim, mas essa manhã eu não estava confortável dentro de mim. Me senti triste, uma lágrima caiu quando eu voltava para casa, uma apenas pois não me permito chorar mais que isso. O amor me passou pela cabeça e pensei em deixar essa coisa toda de lado, vai ver o amor não serve para mim. Mas me concentrei nas músicas durante o caminho.
Quando recebi a noticia de que você estava no hospital e que iria ficar lá eu não lembrava ao menos onde eu estava, esqueci completamente quem eu era.Eu não conseguia falar então disse que ligava depois... O engraçado foi que várias lágrimas caíram de meus olhos, várias e lembrei como você sempre me abala. Não posso te ver doente, eu choro. Não posso te ver triste pois me vejo na obrigação de capturar sua tristeza para mim, sou mais velha, sou mais forte, já acostumei. Eu queria poder fazer tudo para você nunca sofrer, para nunca chorar de tristeza, de medo ou dor. Eu queria proteger você do mundo feio e só deixar a parte bonita te fazer sorrir, queria apenas boas pessoas ao seu lado, queria que você acordasse e dormisse sorrindo todos os dias, queria que você só tivesse amor. Mas não posso, sou apenas uma pessoa e sei que é importante que você passe por tudo isso, pare ser forte e aprender a sempre procurar sorrir.
Tenho certeza que todos os anjos estão cuidando para que você melhore logo para nossas conversas divertidas da madrugada, e para eu te contar os acontecimentos do meu dia maluco como sempre.
Você é a irmã mais maravilhosa do mundo e eu agradeço ao papai do céu por ter nos colocado no mundo como irmãs e como melhores amigas.
Eu Te amo.”

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Toda terça- feira.


" Toda terça- feira é a mesma coisa, arrasto o dia todo esperando pelo amanhecer do outro. Toda terça-feira é um beijinho de “Bom dia” e dois beijinhos de “ Até amanhã”, dois beijinhos apreçados, quase correndo, o de bom dia é sempre atrasado entre passos largos e outros pensamentos. Não combinamos nada sobre como seria esse dia, mas é sempre assim, você lá e eu aqui, trocando olhares ao longe e sorrisinhos bobos.Te observo rindo de alguma piada boba e você me observa concentrada escrevendo, e rindo quase sempre de tudo. Não estou reclamando, só dizendo que até gosto da terça- feira assim, é tudo meio apressado mas os olhares que cruzamos quase sem perceber sempre me faz sorrir no fim do dia, como quando estava na roda tocando e eu apenas assistindo com os olhos brilhando enquanto via sua paixão por aquele momento, você subia o olhar de vez em vez para olhar para mim e eu que estava concentrada totalmente em você e na música, nem ao menos piscava, então você descia o olhar as cordas novamente, até que os subia de novo, e de novo e assim até o fim da canção. Mas toda terça- feira eu sinto falta de alguma coisa sua, seu abraço, seu sorriso tímido quando decifro seu olhar, seu beijo, seu gosto, sua calmaria de mar. Arrasto o dia até o fim, esperando pelo amanhecer do outro em que te terei enfim."

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lá estava eu...


“Lá estava eu, deitada em seus braços enquanto você brincava com meus cabelos quase me fazendo cochilar. Lá estava eu, suspirando entre seus beijos e aquele sorriso que usa para me provocar. Eu que jurei em segredo durante cada passo pela manhã que iria te dizer adeus, que estava cansada de viver nesse receio de gostar de você, não poder segurar sua mão, não poder te abraçar e nem ao menos te beijar por não saber se nesse dia você iria me rejeitar ou se iria me segurar como se eu fosse tudo que você precisa para continuar vivo. Tenho que admitir amor, tentei muito me afastar, livrar meus pensamentos da sua presença mas eu simplesmente não consigo. Você chega do nada e sussurra em meu ouvido “ senti sua falta” e destrói toda a armadura que eu fiquei construindo detalhe por detalhe durante a semana que passou, você me puxa para perto, me arruma em seus braços e beija minha testa me fazendo lembrar que além de construir uma armadura eu senti muita saudade. Lá estava eu, sem armadura, sem nenhuma proteção contra seus encantos, seus olhares e seus beijos que me transportam para outra atmosfera. Lá estava eu vulnerável eu seus braços, perdida em seus olhos e embriagada por seus beijos. Lá estava eu, jurando que não iria pensar em ir embora outra vez, decidindo que iria segurar sua mão sempre, te abraçar sempre e te beijar a cada minuto. Lá estava eu, deixando de ser eu para pensar em ser nós.”

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gaiola

"Não, por favor, fique quieto por um momento, apenas.. Um instante, fique calado. Me deixa pensar, me deixa absorver essa saudade toda que diz que sentiu me citando as músicas mais bregas que encontrava do Wando. Me deixa dormir um pouco entre seus lamentos de ligações não feitas e frases planejadas jamais ditas por mim. Você é pássaro e mesmo assim quer me trancar em uma gaiola enquanto te espero voltar dos seus passeios matinais ? Para de cantar por um momento, é minha vez de falar, mesmo sem ter nada para dizer. Vou dizer que sim ? Compre uma gaiola aconchegante pelo menos, venha me visitar ao entardecer. Também senti saudades, você sabe, lhe mandei citações e canções e versos,  você me diz que eu deveria estar sempre aqui para quando você voltar, poder ver meu sorriso e tirar meu cabelo bagunçado dos olhos. Mas que eu deveria entender que só sente minha falta quando me olha nos olhos, ou quando faz muito frio de madrugada, eu deveria entender que talvez amanhã você não queira segurar minha mão ou me abraçar, mas que no dia seguinte talvez sinta falta e venha.
Já que você me ensinou a ser pássaro como você, me compre uma gaiola bem aconchegante e bonita, coloque algumas flores para me alegrar, venha me visitar ao entardecer, já que é isso que quer... Assim posso ser seu pássaro, que canta quando você deseja ouvir alguma canção e se cala quando desejar o silêncio."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Você sorriu, Eu sorri.


“Você segurou minha mão e me puxou para perto, recolhi a mão de volta, sentei alguns centímetros mais longe. Você me puxou pelo braço e me beijou, franzi a testa abaixei a cabeça e fui embora. Você me chamou de “minha princesa”, eu disse “adeus”. Você sentou ao meu lado, puxou minha mão com força para eu não ter chances de recusar, ficou segurando ela sem dizer nada, perguntou do meu dia, eu disse que foi bom, e fui embora. Você disse que queria me ter por perto e me abraçou, eu disse que também queria, mas fui embora... Novamente. Você me abraçou forte contra o peito e disse que eu não iria cair, eu cai, e decidi levantar sozinha. Você disse que não demonstro meus sentimentos, que sempre espera frases minhas que nunca chegam, eu te beijei.
Depois de me despedir você me chamou, e foi a primeira vez que eu olhei para traz para gravar seu sorriso em minha mente, depois do beijo de despedida, seu sorriso era lindo. Você passou por mim e deu uma “piscadinha” de longe, eu quis te abraçar, não pude. Você me abraçou forte novamente, me senti protegida. Você não escondeu seus olhos de mim, pela primeira vez fiquei mergulhada em seu olhar, não consegui tirar meus olhos dos seus. Você desapareceu, foi a primeira vez que chorei por sua causa. Você voltou com um olhar diferente, me chamou para sentar no jardim, eu não queria ir, mesmo assim eu fui. Você pegou um violão e tocou a música mais linda que eu me lembre até hoje, você disse que escreveu a música para mim. Eu peguei o violão de você o coloquei no canto, você estava de cabeça baixa e eu não disse nada em momento algum. Sentei do seu lado, peguei sua mão, roubada igual você sempre fez comigo. Passei a mão levemente pelo seu rosto, o levantei para poder olhar em seus olhos. Você desviou o olhar, eu sorri. Te beijei, como se tivesse esperado toda a minha vida por aquele momento, você sorriu, eu sorri.”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Que seja alguma coisa de nós


"O que será de nós ? Ou melhor, o que será de mim ?
Tanto tempo eu totalmente racional e tão fora de mim, tão outra pessoa. Preparada para tudo, ficaríamos juntos até você enjoar de mim e encontrar outra garota, ou até eu enjoar de você e encontrar outro garoto, então seriamos apenas amigos como fizemos das outras vezes...
Mas você me abraçou de surpresa e brincou com meu cabelo, me segurou quando eu disse que ia embora, me beijou com ternura quando fiz manha por não ter dado risada da minha piada boba, me chamou para dizer qualquer bobagem depois de ter se despedido, só para eu olhar para trás... Me apoiou no seu ombro enquanto acariciava docemente meu rosto. Me olhou nos olhos... Quando você me olhou daquela forma eu pensei : “O que será de nós ? O que será de mim ?”.
Mas... Que seja alguma coisa de nós, seja o que for. Seja o que for."

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Carta I



"Ao ultimo raiar de sol na cidade, você apareceu com seus pés descalços, com os focos de luz desenhando figuras abstratas com sua sombra no palco de madeira. Os violinos ao fundo faziam seus cabelos vibrarem, assim como a melodia triste da única guitarra do palco fazia seus olhos contarem historias jamais ouvidas. Já te vi no palco pouco mais que 3 vezes, mas nenhuma foi como essa, você estava diferente... Ou era outra pessoa em sua carne, ou então, a verdadeira resolveu sair para brincar. Você passou os olhos por cada pessoa que estava no teatro, cada ser que parou de respirar desde quando você entrou, fitou cada olhar, andando de lado em passos quase dançados.Seus olhos pararam nos meus e você pode ver o medo que isso me provocou, pois depois de seus olhos pararem, você deu aquele seu sorriso com o canto da boca e continuou seu espetáculo, como se nada daquilo significasse alguma coisa. No final, agradeceu com os olhos de quem nasceu para estar ali, aplausos, flores, presentes e entre tudo isso eu, em pé, no meio de tanta gente querendo sua atenção, eu estava em pé com um Lírio na mão. Você passou por mim, me deu um beijo no rosto, pegou o Lírio e disse que iria chover. Assim você foi embora, no meio do caminho olhou para trás quase querendo dizer algo, mas não disse, apenas foi embora, com o vento, com a música, com o Lírio e com a alma de todos que fitou os olhos, inclusive a minha."

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rio


" Cinco ou seis dias e o ar quente da cidade esquecida iria se esvair, como as nuvens nos ventos de outono. A margem do rio onde chorei não me chama mais em desespero, agora é um antigo amigo, que sabe de todos os segredos mais profundos... Profundos como suas águas escuras. Deitei a sua margem para conversar, com um velho caderno nas mãos, deixei as pontas dos meus cabelos serem banhadas pelo rio, como em ar de agradecimento por me deixar ficar ali. Estava frio, mas eu estava preparada para ficar ali o tempo que fosse necessário, cantei alguma melodia dos Beatles enquanto ouvia o rio correr em sua longa e serena travessia... Parece que agora nos entendemos, eu e o rio. Lutei tanto contra ele que, evitei suas margens, suas águas e suas cores ao entardecer, e hoje era o meu amigo mais sincero, que se ofereceu não para enchugar minhas lágrimas, mas sim para misturar as águas de suas lágrimas com cada gota das minhas. Abri meu velho caderno e peguei a primeira carta lá guardada... "

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pimenta


"Melodia que arde na boca como pimenta inteira e mastigada, bem-de-vagar. De asas quebradas não voa, mas jamais desaprendeu a dançar e, para seu próprio martírio aprendeu a cantar. Pintou seus traços com as cores vibrantes do mundo, purpurina dos sonhos de antes e dos de agora, fitas de cetim. Tingiu com batom vermelho um sorriso no rosto. Não importava mais, ela gostava era do inferno.
Foi o jeito que deu para continuar em pé e caminhando, foi como aprendeu a respirar depois de já ter morrido de vez em vez, foi o jeito que deu na vida. Jeitinho.
As unhas vermelhas não secavam mais lágrimas de amor-desamor. Não secava mais lágrima alguma, a melodia desaprendeu a chorar. E de hora em hora tentava qualquer dor para saber se ainda existia dor tão forte no mundo capaz de a derrubar no chão indefesa. Não tem  historias para recitar pelas tardes de domingo ao sol, possui apenas esse ardido na boca, veneno para quem ousar de provar. Ela cantou no rosto do amor, em tardes melodramáticas sem saber que era tarde de mais.
Sentia tanta falta de doce e não ardida, de contar historias inventadas ao por do sol... Sentia tanta falta de não usar batom vermelho, de pintar as unhas de rosa claro e saltitar até algum abraço apertado e rodopiante. Mas tinha uma esperança bem guardada em uma caixa pequenina azul, de que um dia as asas vão crescer de novo e com as nuvens fará um vestido para o verão.
Lhe ofereceram um chá amargo, com a desculpa de a vida ser doce de mais. Olhe para ela, a vida parece doce de mais ? Parece açucarada de mais ? Olhe para ela... Rindo em seu salto azul, enquanto a estrada colori sua pele com mais uma vida que tirou em um acidente qualquer. Ela só queria ouvir suas músicas às 3h da manhã, e acordar com o sol beijando seu rosto enquanto canta “Bom dia“ em qualquer tom maior.
Aos poucos cantava, e aos poucos voltava a doce vida que enterrou tão fundo, aos poucos voltava para a luz e deixa as asas crescerem, aos poucos rodopiava para aprender novamente a voar."

sábado, 28 de janeiro de 2012

Espelho


“E teve que construir outros valores…no lugar de valores antigos que eram lindos e perfeitos por sua doce memória preservada. Teve que construir outros, assim ainda por cima dos cacos que ainda estão naquele chão frio. Estão lá por que ainda não teve coragem de recolher, talvez fiquem lá por um tempo, como quem acredita que um vento irá soprar e quem sabe juntar esses cacos de novo. Mas quando fecha os olhos sabe que não haverá vento algum. Vê as lagrimas de uma criança, criança que não deverá recolher esses cacos…Pois pode se cortar,vê em suas lágrimas a decepção e a tristeza escondida, nem demonstrá-la é permitido…Decepção por terem quebrado, quebrado o momento mágico, as lembranças e os porquês. Vê a raiva de um homem, vê em sua ira a tristeza mal resolvida que carrega dentro do peito, e que por sorte ao gritar e ao xingar coloca para fora, não é tudo, nem metade… Mas é alguma coisa.Vê suas lembranças jogadas naquele chão, ele também não pode recolher os cacos, se cortaria, ou esqueceria de algum pedaço perdido debaixo do tapete. Vê uma mulher recolhendo os cacos, ajoelhada no chão frio,vê uma mulher que além de recolher os cacos guardou cada pedacinho para tentar colar um por um.Que as pressas como em desespero construiu um novo dia e novos valores, disse palavras de conforto que nem se quer poderia acreditar que fossem verdade, mais disse…Foi preciso. Ela sorriu, arrumou tudo, confortou a criança que chorava e ao homem que esbravejava, tentou transformar o dia que restou em um dia bom, um dia bonito e simples. Quem olhasse para ela veria força, mas não poderiam olhar dentro dos seus olhos, era a única regra. Então quando perguntaram se tudo bem, ela disse que tudo bem…Disse olhando para o chão, e durante o dia desviou olhares angustiantemente…Era a única regra. Por que se olhassem seus olhos iriam ver que enquanto recolhia os cacos e construía o dia, uma dor insuportável invadia seu peito, um grito recolhido se escondia no meio de sua garganta, desviava o olhar para não chorar, por que sentia dor ao dizer tudo bem e culpa ao pensar que não. Ela se viu sozinha naquela manhã fria, sozinha e perdida, mas não podia se dar ao luxo de chorar ou tocar músicas tristes naquele violão de lembranças, não podia por que tinha um dia para construir, tinha sorrisos para colocar no rosto daquela criança e calma no coração daquele homem. Foi o que ela sempre fez…A vida toda. Alguém ao longe comentou que ela havia “segurado as pontas”…Mas ela sentia como se tivesse segurado vidas e o mundo. Ela tentou não pensar, respirar um pouco menos, mas era difícil. Alguém a segurou…Uma pessoa que talvez ela nem saiba e só imagine, mas essa pessoa olhou os olhos dela… Ela respirou fundo, e sentiu sem palavras que ele lhe disse : “vai ficar tudo bem”, ela ficou em paz, pelo menos pode ficar em paz enquanto estava ali,no dia em que construiu,sem pensar em cacos,em dedos machucados,em lágrimas de crianças ou na raiva dos homens. Mal sabia que quem a segurou jamais existiu, nunca esteve ali. À noite quando olhou no espelho quis chorar, mas achou melhor deixar isso para outro dia, se prendeu nos abraços e nos momentos simples e bons. No dia seguinte quando se viu sozinha sentiu que um dos cacos a machucou. E apesar de tudo, sorriu. Então ao olhar no espelho… Me viu,eu me vi no espelho, e chorei.”

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ultima Dose

“Você me assustou quando segurou minha mão , como se fosse a coisa mais normal do mundo, a coisa mais normal do mundo existir um “nós”, você me convidou para dar uma ultima volta, “vamos tomar só mais uma dose amor” repetiu enquanto eu fazia caretas e não respondia absolutamente nada. Eu não quero que você segure minha mão de novo sendo que eu vou estar em outro mundo, vou sorrir querendo ir embora, eu não quero tomar mais uma dose, nem meia dose... Quero poder dormir sem me arrepender dos meios sorrisos que desperdicei com você. Cansei de jogar dados, você e essa mania de pensar que está ganhando quando já perdeu, esse seu jeito de “dane-se a vida”  já me enjoou, pois está na hora de crescer e ao invés de doses, garrafas inteiras, garrafas inteiras de amor.”

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Again.


“Meu maior medo, depois de todas as quedas, de todos os cortes, era que eu não sentisse mais dor, sabe ? Que ficasse acostumada, que eu fosse incapaz de chorar, de ficar triste de sentir isso. Meu maior medo era me tornar fria para esses sentimentos, a dor também é importante, e chorar talvez seja o que nos torna mais humanos.
Eu levantei de todas as quedas, sozinha. Eu costurei cada machucado, com minhas próprias mãos, eu descobri toda a minha força e vontade de viver. Porém, receio que meu medo esteja se tornando verdade...
Cumpri sozinha todas as promessas que um dia me fizeram, me vi na obrigação disso, promessas para mim são a honra de uma pessoa, e já que não foram capaz de ter...
É engraçado como a dor passa tão rápido, você até pensa que não irá agüentar, que prefere morrer, e quando vai ver, nem se lembra mais... Foi ficando cada vez mais difícil de chorar, de doer, de abalar... Cada vez mais difícil. Pelo menos com o que acontecia e acontece comigo, vai ver é por que sei que não importa o quanto eu chore, as pessoas são o que são. Não o que eu penso ou vejo nelas... Vai ver é por que eu sei que eu vou acabar levantando, costurando tudo de novo e seguindo em frente, até trombar e cair de novo. Não me orgulho disso que estou sentindo... Justamente por não conseguir sentir nada.
Que eu não me perca, que eu não perca todo o sentimento que eu estou escondendo e trancando bem lá no fundo, e que eu não perca a chave.”