domingo, 29 de abril de 2012

Eu não confio em mim

" Não, eu não sou a garota que costumava ser. Eu deixei de ser como eu era quando chovia, deixei de ser quem eu era quando chovia... Eu não confio em mim.
Se eu não voltar para mim e meu passado for qualquer sinal do teu futuro eu devo lhe avisar, eu não confio em mim. Minha mente está curva e existem muitas salas e cantos para serem limpos, sendo que apenas eu posso limpar, talvez demore um pouco... Talvez demore muito.
Eu sonho maneiras de fazer você entender minha dor, olhe para meu rosto enquanto eu finjo não sentir dor. Dói saber que a única forma de ter descoberto o quão longe eu fui, o quão além de mim eu cheguei é sentindo o quão grande está sendo minha queda. Eu cai sobre meus joelhos sem respirar, me perguntando se eu mesma ainda estou aqui, em algum canto de mim pedindo para voltar, desistir é a parte mais difícil, eu tenho mesmo que dizer adeus ? 
Não há som algum e lá fora a chuva gelada está caindo e, de algum modo eu pareço não encontrar sossego dentro da minha mente e todos meus medos encurralaram-me aqui. Eu me criei para acreditar que nunca amaria ninguém, eu fiz um plano, continuei como quem consegue amar somente a si mesmo.Solitária era a canção que eu cantava todas as noites até cair no sono... Até o dia em que você apareceu, fazendo com que eu quisesse voltar a ser quem eu era, quem eu fui um dia. Por que eu passei todo esse tempo apenas tentando me machucar, para eu saber que ainda era capaz de sentir alguma coisa. Eu vou voltar a confiar em mim.Solitária era a canção que eu cantava todas as noites até cair no sono... Até o dia em que... "



terça-feira, 17 de abril de 2012

Ainda sabemos viver

"Eu ainda gosto de me debruçar na janela e apreciar os pássaros cantando. Ainda gosto de ler um bom livro e me apaixonar por alguém. Quem não? Eu ainda gosto de arriscar minhas esperanças e meus sorrisos. Gosto de colorir com cores diferentes e pouco usadas. Ousar, me diferenciar desse senso-comum-idiota. Me poupo de quase todos esses clichês e coisas estipuladas por uma sociedade que sequer sabe definir democracia. Ainda gosto de deitar no sofá e ver algum tipo de filme. Adoro ficar sozinha, deitar no chão, olhar para o céu. Ainda gosto de poesia e de todas as palavras e sentidos que elas podem trazer. Ainda gosto do amor, da maneira como ele mexe com a gente… Não totalmente aceitável. Por incrível que pareça, adoro músicas antigas. Gosto de Beatles e de Cazuza… Adoro beber e esquecer, momentaneamente, dos meus problemas. Gosto de assistir programas de humor e tocar violão na frente da televisão.Durmo muito pouco, mesmo assim acho que dormir é um tempo perdido, tempo que eu poderia estar fazendo coisas bem mais interessantes. Eu ainda gosto da vida. Eu ainda sei viver, todos nós sabemos! Nos perdemos com esse amor, sempre achamos que desaprendemos a viver. Tolos, a vida mal começou e todos já estão soltando a corda. Eu ainda gosto de música alta e de dançar. Gosto de Tango e adoro músicas lentas. Ainda gosto de sorvete, às vezes brinco de esconde-esconde. Sou apaixonada por parques e por metade das pessoas que conheço ou conheci, sou assim me apaixono por todos que me olhem nos olhos. Ainda acho que o amor vale qualquer e todo esforço, também insisto no fato de paixão ser diferente de amor e as vezes quero muito mais um do que o outro. Eu ainda choro com algumas músicas do passado, mas acabo sorrindo no ultimo acorde. Ainda me pergunto se realmente trago alguma contribuição para a vida das pessoas e ainda me respondo que não. Ainda gosto de receber flores sem motivo especial e gosto de ouvir Jazz uma vez por semana. Ainda sei viver, não desaprendi…Mas ainda quero engolir o mundo inteiro, de uma só vez."