sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um dia

“Sentei na sombra de uma árvore no caminho para casa,esqueci do tempo,esqueci.Fechei os olhos e sorri,como se fosse bom viver,é bom viver afinal.
Não tem mais confusão nenhuma em minha mente,nem no meu coração,ta limpinho como um cristal,e meu sorriso é seu.
Não sei ainda,se esse meu jeito novo de viver e de levar a vida é algo bom ou ruim,essa coisa de falar o que se tem para falar,o que se tem vontade,sem adiar,sem deixar para depois... Mas acho,que é por que já deixei muita coisa para depois nesse tempo todo.
Anda fazendo muito sol,e eu fico imaginando seus olhos,eu gosto de como eles ficam ao sol,de como você fica sobre o sol,de como eu me sinto.
Os dias correm,e sua imagem me faz sorrir.Me traz paz para os dias corridos,cansados.
Não tenho mais medo,te disse isso alguma vez...Ter medo de ser feliz ?
Olha meu bem,deixa o vento soprar.”

Driamante


“Você, pode dormir...Que eu vou ficar tocando,pro seu sono ter som.Comer, beber e ser dri.
E eu vou ficar...Te olhando,pro seu sono,ser bom.Ainda que leve o tempo que custou,pra que ruíssem as pedras,que o império levantou,e caíram.Mesmo que custe o tempo que levou
pra que as eras,fizessem pó do que foi ouro.Não sou de pedra.Mas meu coração é teu Driamante. Você, pode dormir...Que eu vou ficar tocando,pro seu sono ter som.”

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Fly away from here


“Tenho que achar um jeito.É, eu não posso esperar outro dia.Nada irá mudar,se nós ficarmos por aqui.Eu tenho de fazer o que é necessário,porque está tudo em nossas mãos.Nós todos cometemos erros,é,mas nunca é tarde demais para começar de novo..Respire fundo outra vez.E faça uma nova oração.
Então voe pra longe daqui.Para qualquer lugar.É, eu não me importo,se nós só voarmos pra longe daqui..Nossas esperanças e sonhos...Estão fora daqui, em algum lugar.Não vamos deixar o tempo nos passar.Nós só voaremos.Se esta vida,ficar mais dura agora,não se preocupe,você me tem ao seu lado.E a qualquer momento que você queira,e encontramos um lugar melhor.Porque nós não vamos deixar nada nem ninguém nos desanimar.Talvez você e eu.Poderíamos pegar nossas malas e atingir o céu. Então voe pra longe daqui.Para qualquer lugar.É, eu não me importo,se nós só voarmos pra longe daqui..Nossas esperanças e sonhos...Estão fora daqui, em algum lugar.Não vamos deixar o tempo nos passar.Nós só voaremos.
Você não vê um céu mais azul agora?Você poderia ter uma condução melhor agora...Abra os seus olhos.Porque ninguém aqui pode se quer nos conter,eles podem até tentar mas nós não vamos deixar...De modo algum.Talvez você e eu...Poderíamos pegar nossas malas e dizer adeus.”

Pssiu


“Meu bem,não sei o que está se passando,não sei o que passou,o que vai passar.Você já me encantou no passado,por que volta a me encantar ?
Ando rápido com o tempo,com os dias,e mesmo que eu espere pelo próximo trem,eu acabo não dizendo nada,acabo quase dizendo,quase...Mas ficando calada.E você me abraça e eu deixo assim,está tão bom assim,não está ?
Meu bem,eu me sinto em paz do seu lado,me sinto quase eu mesma,quase...Ou talvez inteira,sim me sinto inteira.Meu bem,meu bem...Já me encantou no passado,por que volta a me encantar ? E se o contrato que eu fiz for desfeito ? Se bularmos nossas regras ? A vela vai se apagar ?
Meu bem...”

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pequeno


“Hoje meu amor,eu não queria escrever palavra alguma,justamente por ter muito o que te falar.Dormi pouco...E o pouco que dormi sonhei com você...Acordei com medo,com medo...Acordei Feliz.
Acordei com um pedaço de música : “Da próxima vez que a gente se encontrar,eu vou te dar um beijo.Sem pensar...Calado.Da próxima vez ,que a gente se beijar eu vou querer o mundo,com você...Do lado.Por que não tentar comigo ? Por que querer ser seu amigo ?”.Acordei com vontade do seu abraço,aquele que só você sabe dar...Acordei meu bem,acordei.Sorri,estou com medo...Estou feliz.Vou escrever pouco,pouco para não dizer tudo.Tudo o que ainda não posso dizer.Mas digo : Vem ?”

Encontro


“Sai de si.Vem curar teu mal.Te transbordo em som...Poe juizo em mim.Teu olhar me tirou daqui,ampliou meu ser.Quero um pouco mais,não tudo.Pra gente não perder a graça no escuro,no fundo,pode ser até pouquinho.Sendo só pra mim sim.Olhe só,como a noite cresce em glória.E a distância traz,nosso amanhecer.Deixa estar que o que for pra ser vigora.Eu sou tão feliz...Vamos dividir.Os sonhos,que podem transformar o rumo da história.Vem logo,que o tempo voa como eu,quando penso em você.Olhe só.Como a noite cresce em glória...E a distância traz,nosso amanhecer.Deixa estar que o que for pra ser vigora.Eu sou tão feliz...Vamos dividir.Os sonhos,que podem transformar o rumo da história.Vem logo,que o tempo voa como eu...Quando penso em você.”

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caminhos


“Estou com medo meu bem...Medo por que não sinto medo algum.E isso parece assustador.
Acordei cantando de novo,eu sonhei...Voltei a sonhar.
Sabe...Uma coisa anda me assustando,é algo que está aqui dentro de mim,e me assusta talvez,por eu saber que você vai me fazer desistir sem saber,como da outra vez,vez que você nem imagina.Assusta por que eu nunca me senti tão em paz,assusta por que você colocou um sorriso diferente no meu rosto,e ele é lindo.
Não,não me arrependo das escolhas que fiz,não vou dizer que virei na curva errada.Quem tem culpa de existir um buraco enorme no meio da estrada ? Minha saída foi voltar para trás.Mas peguei um atalho,você sabe.
Agora me vejo em frente de duas curvas : Uma antiga,aquela que eu deixei para trás da ultima vez,aquela que eu não escolhi. E outra nova,que não distingo o que me faz sentir.
Não também não tem pressa,me sentei aqui entre as curvas e fico apreciando quem vai e volta,aprecio a brisa,a paisagem,os pássaros e as canções.Quem sabe uma canção não me puxa para uma dessas curvas...Quem sabe.
Essas curvas,parecem se enfrentarem algumas vezes,não só dentro de mim...Em silêncio,e não conseguem ver que estou aqui...Sentada no chão,na terra ,sem saber por onde ir...E mesmo assim feliz...
Quando sentou ao meu lado com sua vela nas mãos,eu falei tantas coisas em silêncio... Você ouviu meu bem ? Você ouviu ? ”

You



“As palavras foram tiradas desse lápis,doces palavras que eu quero te dar.E eu não consigo dormir.Preciso te dizer boa noite.Quando estamos juntos, me sinto perfeita.Quando sou afastada de você, eu desabo.Tudo o que você diz é sagrado para mim.Seus olhos são tão...
Eu não consigo olhar para outro lugar quando deitamos na quietude...Você sussurra pra mim: (...)"Prometa que sempre estará comigo"Oh, você não precisa perguntar.Você sabe que você é tudo para o qual vivo,você sabe, eu morreria ,só para abraçar você, ficar com você.
De alguma forma eu mostrarei a você,que você é meu céu noturno.Eu sempre estive atrás de você.Agora, eu sempre estarei a seu lado.
Muitas noites, eu chorei para dormir.Agora que você me ama, eu me amo...Eu nunca pensei que diria isso...Eu nunca pensei que haveria você.”

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vela

"E se eu contar um segredo ? Um segredo profundo...Você vai embora ?
Me trouxe uma vela,sentou ao meu lado e a ascendeu.Na escuridão em que eu estava foi bom ver seus olhos.Você olhava para o restante da escuridão em nossa volta,parecia mais perdido que eu...Que olhava para a vela,tentando captar um pouco de sua luz.
Estendeu a mão para mim em silêncio,sem olhar para mim,e eu como que por instinto,estiquei a mão até a sua,sem olhar,apenas...senti.Senti que estava ali,que sempre esteve.Sempre com a vela nas mãos,esquecendo de sua escuridão para iluminar a minha.
E se eu te contar um segredo ? Um segredo passado,um segredo passado que acho que sempre foi presente de alguma forma...Você irá embora ? Irá apagar a vela com um único sopro,fechará a porta e tampará os ouvidos,para não me ouvir chamar por você ? Para não ouvir o que eu tenho e preciso dizer ?
Sempre me trouxe paz,sua vela e seu abraço,e esse segredo talvez deva ser esquecido,tanto o passado quanto o presente.Por que eu não suportaria te ver indo embora também,não suportaria.E talvez um dia,no meio de sua mão estendida você consiga ver,entre a fraca luz dessa vela,consiga ver que..."

Duality



 “Eu enfio meus dedos em meus...Olhos, é a única coisa que lentamente para a dor.Mas é feito de todas as coisas que tenho que suportar...Jesus, isso nunca acaba, isso corrói por dentro.Se a dor continuar...
Gritei até que minhas veias explodissem,esperei o tempo passar.Agora tudo que eu faço é viver com esse destino.Eu quis isso, reclamei daquilo.Deixei pra trás esse pequeno detalhe.
Você não pode matar o que você não criou.Tenho que dizer o que tenho que dizer...E depois juro que vou embora.Mas não posso prometer que você vá gostar desse barulho.Acho que vou deixar o melhor pro final.
Meu futuro parece um enorme passado,você riu de mim porque não me deixou escolha.
Eu enfiei meus dedos em meus olhos...É a única coisa que lentamente para a dor.Se a dor continuar,eu não vou aguentar!
Me monte novamente,ou então separe a pele dos ossos.Me deixe todo em pedaços...E depois pode me deixar sozinho.Me diga que a realidade é melhor que o sonho.Mas eu descobri do pior jeito.Nada é como parece!
Eu enfiei meus dedos em meus olhos...É a única coisa que lentamente para a dor.Mas é feito de todas as coisas que tenho que suportar.Jesus, isso nunca acaba, isso corrói por dentro.Se a dor continuar,eu não vou aguentar!
Tudo que eu tenho...Tudo que eu tenho é insanidade!
Eu enfio meus dedos em meus olhos...É a única coisa que lentamente para a dor.Mas é feito de todas as coisas que tenho que suportar.Jesus, isso nunca acaba, isso corrói por dentro.Se a dor continuar...Eu não vou aguentar!”

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Recomeço

“Eu que disse que acordo sem pensar no futuro,que como de pressa para não perder mais tempo,que não olho para os carros antes de atravessar a rua.Eu que ando devagar nas ruas perigosas e corro nas iluminadas.Beijo de Adeus.Olhar de Adeus.
Nunca gostei das sinalizações,de placas e de partidas.Toda partida tem uma sinalização.Por não gostar, fingi não ver.E essa meu amor,é a verdade.
Fico rindo sozinha,vendo a paisagem passar diante dos meus olhos,pensando nas tantas portas que se abriram para mim,e mesmo assim,eu insistindo em pular a janela.Uma coisa que você não sabia sobre mim : Janelas.
Você não faz idéia do que foi que eu descobri, meu bem...Não faz idéia. Descobri,a pouco tempo,que sou feliz.Então dou risada,não se pode fazer nada.
No fim,quando eu me arranhei por ser quem eu não sou,fiquei em silêncio do lado de cá.Mas o silêncio acabou,você tinha que ter visto,ficaria orgulhoso.Aprendi a respeitar a dor,e não ignorá-la... “ Você,quando está sofrendo,não deve tentar ficar de pé...Deve se manter sentada,e balançar com a dor,como quem balança com as ondas de um mar agitado.Pois,quando você está em pé em um barco,e o mar está muito agitado, o que acontece ? Você cai”,quando me disseram isso, eu fiquei sentada,e agora que cheguei no porto, posso ficar de pé novamente.É tão bom poder andar agora meu amor,é tão bom poder andar de novo.
Olha,fui eu quem fingiu não ver seu desencontro, e te chamou para passear.Eu quebrei o espelho do quarto e ri do azar.Fui eu,que me quebrei.Mas eu já consegui tirar todos os caquinhos do espelho das minhas mãos,e nem sangra mais.E fui eu meu bem,quem resolveu não deixar de acreditar nunca mais no amor.”

Let there be Love



“Quem abriu um buraco no céu,para que o paraíso chorasse sobre mim?Quem roubou a alma do sol,em um mundo que vem se desfazendo pelas aparências?Deixe existir amor.
Eu espero que o tempo seja calmo.Enquanto você navega por seu desfile celestial,claramente suspensas no céu,estão as palavras que nós cantamos em nossos sonhos.Deixe existir amor.
“Venha garota triste.Mexa seus olhos cansados.O mundo está te esperando,talvez todos os seus sonhos preencham o céu vazio.Mas se isso te faz feliz,continue batendo palmas.Apenas lembre-se: eu estarei ao seu lado...E se você não deixar ir...Irá passar por você.”
Quem abriu um buraco no céu,para que o paraíso chorasse sobre mim?Quem roubou a alma do sol,em um mundo que vem se desfazendo pelas aparências?
Deixe existir amor...”

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pergunta



"Ouvi a seguinte pergunta : “- Qual foi a coisa mais bonita que fizeram para você ? Qual a coisa mais linda que você já ganhou ?”
Quer saber qual foi a coisa mais linda que eu ganhei até hoje ?Quer mesmo saber ? E olha,preste atenção,pode até ter sido mentira,pode até ter sido enganação,sei lá,pode ter sido qualquer coisa, e não ter sido real... Mas a coisa mais linda que eu ganhei até hoje,foi um dia ter olhado nos seus olhos e ter tido a certeza de que me amava de verdade,mesmo que só um pouquinho.Veja o que fez comigo ao dizer isso,escrever isso,estou chorando e fazia muito tempo que eu não chorava.
Eu fiquei ouvindo os pássaros cantando e sentindo o sol sobre meu rosto,vendo as folhas das arvores dançarem com a brisa que brincava com elas,e pensei,pensei muito nessa minha resposta para dentro.
Não me importo mais, se foi ou não verdade,se foi ou não sincero,eu vi seus olhos um dia e então para mim isso basta, pelo resto da eternidade que tenho para viver.E isso é muito importante,por que eu quero viver.Tudo bem que tive que pregar aquela frase em todos os cantos do mundo,para eu não esquecer de que sou Mortal,e não posso mais ficar fazendo coisas que coloquem minha vida em risco,como quem não se importa.Eu voltei a me importar,e isso meu bem,é essencial.
Não sei não...Mas o brilho dos meus olhos voltaram,e eu ando cantando todas as manhãs,e durmo sorrindo com algumas lembranças recentes também.
E eu que já ganhei flores,cartas,poemas,que já tive uma canção escrita para mim,que já me roubaram beijos,que já me roubaram flores de um jardim...Que já ganhei melodias,já ganhei dobraduras,desenhos,sorrisos,olhares,abraços,homenagens...Disse que a coisa mais linda que ganhei foi ter visto seus olhos.
É meu bem,estou me curando..."

Tears In Heaven


“Você saberia meu nome,se eu te visse no Paraíso?Você seria o mesmo,se eu te visse no Paraíso?
Preciso ser forte,e continuar...Porque sei que não pertenço...Aqui no Paraíso.
Você seguraria minha mão,se eu te visse no Paraíso?Você me ajudaria a Levantar,se eu te visse no Paraíso?
Encontrarei meu caminho.Pela noite e dia,porque sei que não posso ficar...Aqui no Paraíso.
O tempo pode te botar para baixo.O tempo pode fazê-lo curvar-se.O tempo pode partir seu coração...Fazê-lo implorar por favor...Implorar por favor
Além do escuro,há paz.Estou certo.E eu sei que não haverão mais,lágrimas no Paraíso.
Você saberia meu nome,se eu te visse no Paraíso?Você seria o mesmo,se eu te visse no Paraíso?”

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Foto


 “Meu bem,os dias estão tão corridos que quase não me lembro de você.Quase.Lembro sim,toda noite antes de dormir, quando peço baixinho para que você esteja feliz.
Meu bem,quase não lembro.
Hoje no caminho, fui rindo para dentro de mim,lembrando de outros olhos iluminados pelo sol,de outro sorriso completo,de outro silêncio compartilhado.Mas a hora do dia chegou.Fazia tanto tempo que eu não abria a carteira,que tinha até mesmo me esquecido.Nessa correria toda que anda minha vida,eu jogo tudo dentro da bolsa...dinheiro,chaves,cartas,bilhetes,cadernos,amores,olhares,pessoas...Estou achando divertido e engraçado viver assim,sem planejar quase nada,é dizer “Sim” e pronto.Sair para qualquer lugar,a qualquer hora e rir de tudo.Mas a hora do dia chegou.Abri a carteira e vi sua foto lá,me perguntei por que ainda estava lá,perguntei como se falasse com você : “ O que você está fazendo ai menino ? Está se escondendo ? Sai já daí”.Me senti boba,e dei risada dos meus pensamentos,fiquei olhando a foto por um momento e sorri,sorri com tanta ternura que me assustei.Li a carta que me escreveu um dia,e também me surpreendi por ela continuar ali,atrás da sua foto,como sempre.Pensei em guardar em outro lugar,mas não vi necessidade,é sempre bom se lembrar de algumas ternuras,de alguns amigos.Pensei também que você havia prometido estar lá comigo,procurar os Lps dos meus Beatles...Os que faltavam.Mas eu estava lá,e você não,o que eu poderia fazer ? Não procurei nenhum LP,e afastei esse pensamento da minha mente.Ainda havia tempo,eu iria voltar,tinha tempo de procurar e encontrar o que eu precisava,no momento,em primeira respiração eu precisava era encontrar a mim.Então continuei andando,feliz e cheia de fé, ao conseguir me enxergar no reflexo pela primeira vez.”

Zaluzejos.


“Por fim, eu me destranco de mim e caio em todo aquele choque de realidade ferida. O mundo me afoga, me sufoca, me queima, me asfixia. O mundo vai se acabando, mas faz questão de me acabar antes. E eu, na minha cisma em ser apenas autêntica, resolver minhas particularidades e meus delírios de sofrer bem individualmente, com essa dificuldade de partir pra vida, acordo agitada olhando pras luzes. Eu não quero pensar que é tarde demais. Mas então não tem passarinho nenhum na minha janela, não tem criança nenhuma correndo pela calçada e nem o riso solto pela rua, e nem a música solta pelo ar. Nada como antes. Fica dolorido demais tentar voltar pra dentro e, por um momento, eu desejo que doa em todas as outras pessoas da cidade. Mas que doa de fazer silêncio, do mesmo jeito que eu faço quando procuro o passarinho e não vejo ave alguma, doa de fazer chorar, do mesmo jeito que eu choro quando percebo os mesmos olhos infantis procurando o que se perdeu no semáforo. Desejo que doa de fechar os lábios e sair procurando um novo casulo que não há de ser achado. E que, assim, façam música, façam riso, façam brilhos de olhares bonitos. Que façam nascer novos passarinhos nessa cidade pra combinar com o sol que não vai embora. Eu não quero pensar que é tarde demais. Não, não é tarde demais.”
                                                                                   

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cantiga de ninar


“Que melancólica travessia.Tudo bem,descanso um pouco.Faz parte não conseguir.Todos os brilhos,sorrisos e promessas que não são mentirosas...Foram apenas,não-verdadeiras.Faz parte não conseguir.Está certo,mas não quiseram me fazer mal.Tanto faz,foi feito e só peço que eu viva por mais um dia.Vou ficar aqui,encostada na árvore até o amanhecer,até todos os amanheceres que tiverem para mim.Ando com os olhos abertos,como quem procura algum sonho escondido e perdido entre os destroços de uma grande demolição.Quem sabe,quem sabe eu encontro.É indivisível,ando aprendendo.Quem sabe eu consiga dormir.Acordar amanhã livre de toda essa dor.Tudo foi tão inútil,eu fui inútil.Por mais que digam que fui ponte.Te contei a historia da ponte ? Acho que ainda não.
Disseram que fui ponte e eu ri,ri de desespero talvez.
Se perdi a fé ? Estou tentando não me castigar assim,está tudo em paz.Nunca houve trovões,foram apenas cantigas,cantigas de ninar já diria Caio Fernando Abreu : “É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo”.
Tudo bem.Esse som me lava para longe.Já me perdi.Não tenho mais futuro.Mas eu descanso,deito e deixo o destino passar as mãos nos meus cabelos,cantando baixinho em voz baixa,para me enganar.E durmo.Acordo em outro lugar.”

Dreaming with a broken heart


“Quando você está sonhando com o coração partido,acordar é a parte mais difícil...Você rola pra fora da cama e cai sobre seus joelhos.Por um momento você mal pode respirar,querendo saber: se ele realmente estava aqui ?Ele ainda está aqui ?
Não, ele não está.Porque ele se foi, foi, foi, foi, foi.
Quando você está sonhando com o coração partido,desistir é a parte mais difícil.Ele te leva com seus olhos de choro,então de uma vez só, você tem que dizer adeus.Querendo saber: você pode ficar, meu amor?Você vai acordar ao meu lado?
Não, ele não pode.Porque ele se foi, foi, foi, foi, foi.
Eu tenho que adormecer com rosas em minhas mãos?
Você as pegaria se eu o fizesse?
Não, não pegaria.Porque você se foi, foi, foi, foi, foi.
Quando você está sonhando com o coração partido...
Acordar é a parte mais difícil.”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ver


"Ao deitar na grama e sentir o sol sobre a minha pele, eu pude me ouvir depois de tanto tempo.Depois de silêncio,e de barulhos assustadores.
Olhava tudo, como se fosse a primeira vez que tivesse aberto meus olhos...O céu tão azul,como nunca tinha visto antes,as nuvens tão brancas e tão lindas... As árvores fortes e majestosas,a grama tão verde e acolhedora... O sol,a brisa quente,meu pensamento e música.
Posso acreditar que abri os olhos novamente,ou posso acreditar que pela primeira vez estava realmente vendo,e não apenas enxergando.
Por um momento me senti culpada,por estar cumprindo todas as promessas que Você me fez em vão,sozinha.Por outro momento me senti triste por isso... Mas eu sempre levei as promessas feitas a sério,sempre.E talvez esse seja mais um de meus defeitos.
Eu acordei cantando pela manhã,e eu nem ao menos me lembrava quando foi a ultima vez que isso havia acontecido.Cantei uma música que me fez chorar por muito tempo,e que hoje me faz sorrir...Me faz sorrir justamente por eu não precisar mais chorar.
Será que isso se chama paz ? Pensei em você de uma forma diferente,mudei minha oração,e parece que “Deus,cuida dele”,diz muito mais do que qualquer outra coisa.Mas sempre esqueço de pedir por mim,ou para que eu não sinta dor,que não chore,que agüente mais um dia,que eu fique viva.Sempre esqueço.
Mas de você,nunca,nem antes e nem agora,e espero que nem depois. "


The Winner Takes it All



“Eu não quero conversar,sobre as coisas que nós passamos.Embora isso me machuque,agora é passado.Eu joguei todas as minhas cartas,e foi o que você fez também.Não há mais nada a dizer,nenhum Ás a mais a jogar.O vencedor leva tudo,o perdedor fica menor,ao lado da vitória,está o seu destino.
Eu estava em seus braços,achando que ali era o meu lugar,eu achava que fazia sentido,construindo-me uma cerca... Construindo-me um lar,achando que seria forte lá.
Mas fui uma tola,jogando conforme às regras.
Os deuses podem jogar um dado,suas mentes são tão frias quanto gelo,e alguém bem aqui embaixo,perde alguém querido.O vencedor leva tudo,o perdedor tem que cair.É simples e está claro,por que eu deveria lamentar?
Mas me diga se ela beija,como eu costumava te beijar?Mas me diga se é a mesma coisa,
quando ela fala seu nome?
Em algum lugar bem profundo,você deve saber que eu sinto a sua falta.Mas o que eu posso dizer?As regras devem ser obedecidas.
Os juízes decidirão,as coisas boas da minha vida.Os espectadores do espetáculo,sempre ficam quietos.O jogo começa de novo,um amigo ou amante?Uma pequena ou uma grande coisa?O vencedor leva tudo.
Eu não quero conversar,se isso te deixa triste.E eu entendo,você veio me dar um aperto de mão.Peço desculpas,se isso faz você se sentir mal... Ao me ver tão tensa,sem auto-confiança...Mas você compreende,o vencedor leva tudo...
Alguém querido...Leva tudo...O perdedor...Tem que cair...
Você levou tudo.”

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

My Immortal

"Estou tão cansada de estar aqui,reprimida por todos os meus medos infantis.E se você tiver que ir,eu desejo que vá logo...Porque sua presença ainda permanece aqui,e isso não vai me deixar em paz.
Essas feridas parecem não cicatrizar,essa dor é tão real...Há tantas coisas que o tempo não pode apagar
Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas.Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos.E eu segurei sua mão por todos estes anos...Mas você ainda tem tudo de mim.
Você costumava me cativar com a sua luz ressonante,
agora sou limitada pela vida que você deixou para trás.
Seu rosto assombra todos os meus sonhos que já foram agradáveis,sua voz expulsou toda a sanidade em mim.
Eu tentei tanto dizer à mim mesma que você se foi,e embora você ainda esteja comigo,eu tenho estado sozinha por todo esse tempo.Mas você ainda tem tudo de mim."

Janelas


"Eu prometi me curar e não fiz isso.Agora preciso,antes que seja tarde de mais.E eu não posso deixar se esvair de mim o pouco de vida que me restou.Eu vou chorar,eu vou gritar,eu vou sentir muita dor durante esse tempo de cura,mas é preciso,é preciso.Por mim,por você,por nós.Por mim...
Estou tentando me acostumar com essa frase : “Por mim”,preciso pensar dessa forma,preciso cuidar de mim,dentro e fora,não posso me perder.Eu que nunca pensei dessa forma,hoje me vejo jogada em um poço com uma única saída... E a saída sou eu.
Respiro lentamente,a subida é muito longa,o sol me cega e o frio me congela os ossos,canto baixinho para não enlouquecer e mesmo assim não consigo saber, o que me espera no final dessa subida.Mas quando eu chegar,quando eu encontrar eu prometo que volto,que volto eu mesma,curada e sem sangrar.
Quebrei muitas portas,e hoje estou as trocando por janelas."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Promessa.


"Eu o reconheci mesmo de costas,a mesma jaqueta de couro preta,com o mesmo rasgo ( como se tivesse levado uma facada pelas costas),que eu mesma fiz um dia.
Sentei para respirar... Quando se virou,observei cada detalhe : A bota velha com o cadarço pela metade,calça escura como sempre,cinto básico e preto.Camiseta impecavelmente branca,não era larga e não era colada ao corpo,mas era o suficiente para mostrar a boa forma que sempre teve,e a jaqueta por cima.Cabelo bagunçado,o capacete da moto em uma mão,uma mochila surrada na outra,e aquele olhar... De quem ainda acredita em destino.
Eu também já acreditei certa vez,repeti para mim baixinho... Um dia me disseram que não importava o que acontecesse,o destino juntaria nossos caminhos sempre.Não era verdade,mas um dia acreditei fielmente nessas palavras.
Largou as coisas no mesmo canto de todos os dias,e só na segunda olhada,quando eu já estava em pé para ir embora,foi que você me reconheceu.
Ficou olhando estático para mim,da mesma forma que eu também estava estática.No constrangimento daquele momento me perguntei quais detalhes meus não reconhecia mais.
Seu sorriso aberto quebrou como um cristal todo meu pensamento,sorriso tão radiante,tão acolhedor.Veio em minha direção e a dois passos de distancia esticou os braços e segurou meu rosto,me olhou com ternura inclinando o rosto e me abraçou,e foi então que percebi que eu não estava respirando durante todo esse tempo.Como quem volta da morte em um fôlego,como quem respira depois de um quase afogamento,como quem recebe um sopro de vida, eu respirei em seu abraço.Eu chorei e você sorriu.
Sentados eu chorava sem dizer nada, ainda em seus braços e você pacientemente enxugava cada lágrima que caia.Levou a mão até mim e ao não encontrar o que procurava,levou a mão até seu coração.Disse então a primeira coisa depois desse tempo todo : “- Onde está ?” Eu, sem levantar a cabeça, respondi : “Quebrou,se partiu”.Depois de mais alguns instantes de silêncio,se levantou,e foi andando sem olhar para trás,sem olhar em meus olhos,foi caminhando e dizendo : “ Então o conserte.”
Se eu o encontrar, eu o conserto.Se eu encontrar meu coração, eu prometo que o conserto."

Wonderwall


Reviro os destroços já cansada,procurando um sonho perdido,um plano qualquer,um passo,um caminho...Mas faz noite todo o tempo,Wonderwall caiu,e talvez nunca tenha sido meu,mesmo quando fui inteiramente,e apenas Wonderwall.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Sofá

"Enquanto eu subia a rua eu pensei se aquilo era um passo para trás ou um para frente.Mas era a retomada de uma vida que eu não deveria ter deixado para trás,a corrida de volta para casa depois de uma longa e saudosa viagem.Foi mais um curativo para tanta dor e tantos machucados, abertos e reabertos.Canções novas e velhas para embalar toda a vida,abraços saudosos de sempre,sorrisos sinceros e lindos que havia esquecido em algum canto,pessoas antigas me propondo olhares novos,pessoas novas me propondo olhares apenas,sofá rasgado...Porém acolhedor...Sofá que eu não deveria ter tentado esquecer.Tentei esquecer muitas coisas durante todo esse tempo,e eu não entendia que a questão não é esquecer.A questão é Transformar.
Transformar as lembranças que causam dor em coisas bonitas,e o “Adeus” em um “Obrigada pelo tempo em que me dedicou até aqui,mas preciso ir em frente.” Ir em frente...Já diria Caio Fernando Abreu : “Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.”
Enquanto subia a rua,reparei em todas as coisas que estavam mudadas,a casa amarela da esquina ganhou um novo portão, e agora era verde.O prédio que estava sendo construído e não tinha nada mais que o terceiro andar, estava pronto...Estava pronto com os seus vinte andares na cor bege,2 e 3 dormitórios,quadra de futebol e piscina.O terreno vazio da direita virou estacionamento depois de tanta espera.
E eu ? No que eu mudei ? Que cor me pintei ? Por qual portão troquei meu velho ? Quantos dormitórios restam aqui dentro de mim ? Quanto espaço ainda sou capaz de doar ?
Caminhei lentamente sem a resposta até que cheguei,ao entrar foram tantos sorrisos que me senti feliz por um instante.Caminhei diretamente para o sofá,precisava ver se ele ainda estava lá,com o mesmo rasgo de sempre,no mesmo canto de sempre,na mesma cor de sempre.Estava,lá estava ele,sua cor de vinho sujo e seu rasgo de sempre,acolhedor,sentei para respirar.
Eu tive medo de voltar,tive medo por que reneguei tudo antes,mudei todos os meus planos,minha vida,meus sonhos,por um único.Não foi pedido eu sei,mas mesmo assim, fiz,mudei,joguei fora.E agora quando eu não tinha mais nada,nem em mãos,nem no coração,nem em sonhos e planos,eu precisava encontrar o lugar onde eu joguei tudo.Eu precisava me resgatar.
E sentada naquele sofá velho e rasgado eu senti uma breve paz,ouvi alguém dizendo de longe ao me ver: “O bom filho a casa retorna”,pensei na mesma besteira de sempre : “ O bom filho a casa reforma”, “O bom filho o vinho entorna”.Ri de mim mesma por esse pensamento mas me calei com o pensamento seguinte... Sim eu senti como se tivesse voltado para casa,depois de uma viagem tão cansativa,tão desgastante,mas ao mesmo tempo tão bonita,tão bonita que não vou esquecer,vou guardar para sempre dentro desse pouco coração que me restou,para lembrar que amei um dia a ponto de largar meus sonhos e planos,que sorri um dia por uma única pessoa,que fui feliz,apesar de ter sido feliz em monologo.
Voltei para casa,agora só falta eu voltar para dentro de mim."

Carta anônima.


" Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo, nem estivesse quase sempre cansada, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

Daí penso coisas bobas quando, sentada na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritada, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalada que chego a me curvar, certa que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos ,piegas, bregas, românticos, pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tola, meio melodramática, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certa que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo."